Antes que o estranhamento nos assome deixemos claro o que seja Elegia.

Na antiguidade, a elegia era uma composição da poesia lírica monódica, aparentada à épica pela sua forma. No entanto, o metro utilizado era o dístico elegíaco. Havia vários tipos de elegia, conforme seu conteúdo: elegia marcial ou guerreira, elegia amorosa e hedonista, elegia moral e filosófica, elegia gnômica  e outras.

Modernamente, elegia é uma poesia de tom terno e triste. Geralmente é uma lamentação pelo falecimento de um personagem público ou um ser querido. Vale ressaltar que na elegia também há digressões moralizantes destinadas a ajudar ouvintes ou leitores a suportar momentos difíceis. Por extensão, designa toda reflexão poética sobre a morte.

Assim resolvidos podemos passar ao projeto Elegia ao Violão do músico e produtor cultural Ricardo Marçal.

Este projeto nasce do interesse do Ricardo Marçal de tornar o acesso a música instrumental e erudita melhor à sociedade como um todo, mas em especial às classes menos favorecidas daquela. Na cena cultural contemporânea Belo Horizontina as salas, teatros e anfiteatros estão em localizações menos interessantes às classes mais simples de nossa sociedade e outras vezes o custo inviabiliza tal acesso. Buscando minorar essa situação e promover um melhor acesso à cultura, o produtor cultural e sua equipe conseguem junto aos órgãos de fomento cultural da PBH, aprovação deste projeto que se destinou a levar a música do instrumental às regionais da PBH através de seus centros culturais. Na 1ª edição o Elegia ao Violão atendeu a 9 regionais e na 2ª o projeto percorreu todos os centros culturais da PBH.

A 1ª edição teve por tema as questões da loucura com o titulo Da Lucidez ao Renascimento. Para inspiração das peças desta edição tomamos por referencia obras de Arthur Bispo do Rosário, terminando por tomar por ferramenta a obra Convergence de Jackson Pollock.

A 2ª edição teve por tema as questões da transcendência com o titulo Morte ou Despertar. Para inspiração e construção das peças tomamos por referencia os arabescos das construções mouras. Chamou-nos a atenção o impacto que estas tem sobre a luz que entra nos recintos e ao mesmo tempo a privacidade e o arde mistério que confere a estes ambientes. As peças desenvolvidas foram o cartaz, o programa elaborado como um cartão postal, um panfleto e para cada centro cultural um flyer digital. As peças tiveram 04 edições agrupando a comunicação em grupos de 04 a 05 centros culturais por período de apresentação.